sábado, 30 de janeiro de 2010

A vingança dos Nerds: Uma História de Fé e Tolerância



“ Eu sou um nerd, e eu estou aqui essa noite para defender o direito de outros nerds. Durante esse tempo, fomos a chacota da faculdade. Durante essa noite esses malditos derrubaram a nossa casa. Por que? Por que somos espertos? Não, não somo.”
É nesse discurso ao som de We are the Champions do grupo Queen que o filme A vingança dos Nerds se encerra.
Filme americano de 1984, conta a história de um grupo de universitários excluídos, que após serem despejados, tem que procurar outra instalação para se refugiarem. Lembrando que os nerds são expulsos de sua casa por imprudência dos Alpha Betas que queimam sua própria casa durante uma festa e ficam sem onde morar. Assim expulsam os mais novos universitários abrigando-se no lar dos Nerds.
Liderados por Lewis e Gilbert, agora os mais novos universitários tem que procurar outro lugar pra morar. Durante a procura, nenhuma fraternidade aceita nenhum dos nossos futuros heróis em suas fraternidades. É nesse momento que eles conhecem Jefferson, o líder da fraternidade Lambda, Lambda, Lambda, ou melhor, dizendo, os 3- Lambs, convida os nerds para uma prova a serem aceitos em uma fraternidade dedicada exclusivamente para negros, sendo que só existe um negro com eles.
O interessante desse filme não são as piadas, que são poucas até, mas é a mensagem cinematográfica existente. Os nerds do filme não são só apresentados como os garotos que não namoram e só sabem mexer em computadores, mas mostra o grande preconceito sobre suas cabeças.
Segundo Max Weber, “o individuo é responsável pelas ações que toma. Uma atitude hostil ou negativa em relação a um determinado grupo, pode ser classificado como preconceito.” O que eu não entendo é o ódio a primeira vista que os Alpha Betas, a fraternidade, digamos mais badalada do campos universitário tem na chegada de Lewis e Gilbert.
Isso me lembra uma vez que mudei de escola em fevereiro de 1994, no mesmo período do nascimento do plano real, onde me deparei com uma situação igualitária ao dos heróis do filme, uma situação “realmente real”. Logo no primeiro dia de aula durante o recreio, três garotos vieram até mim dizendo que era pra eu ficar na minha, pois eles poderiam me bater. Nunca entendi aquilo, pois eu não os conhecia. Seria eu, ter sofrido algum preconceito? Ainda não existia o nome Bullying aqui no Brasil, mas acho que fui o precursor do movimento, ou melhor, uma vitima.
Até hoje me pergunto sobre isso, talvez seja o meu rosto, que modéstia a parte, mostra sempre um ar de serenidade, pra não dizer bobo. Talvez sofri um preconceito social ou até mesmo cultural.
O mais curioso do filme é a sua cena de créditos, aquela ultima parte onde mostra cada personagem participante do filme com seu nome. É mostrando o senhor Jefferson, o Presidente do 3- Lambs, que não era nerd, com o braço esticado apontando para frente, fazendo referência ao grande líder contra o preconceito, Martin Luther King Junior, simbolizando no filme a luta contra o preconceito.
Sonho com o dia em que poderemos viver sem esse preconceito terrível e sem Bullying perseguindo nossos estudantes, seja na escola, seja na Universidade, seja na Vida.
E nas palavras de Martin Luther King Junior: “E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar :"Livre afinal, livre afinal ”